Fundador da Megaupload é preso pelo FBI na Nova Zelândia
A polícia da Nova Zelândia prendeu nesta sexta-feira (20) o fundador do site Megaupload, Kim Schmitz, conhecido como Kim Dotcom. Também foram presos os diretores do site, Batata Finn, Mathias Ortmann e Bram van der Kolk. Três são alemães e um é holandês e todos moram na Nova Zelândia, mas foram presos a mando do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em uma ação coordenada pelo FBI.
As prisões obedecem a uma decisão de um tribunal dos Estados Unidos
As prisões obedecem a uma decisão de um tribunal federal da Virgínia. Além dos quatro presos, estão indiciadas também outras três pessoas: um neo-zelandes, um estoniano e um eslovaco. O episódio foi mais um capítulo da guerra que os Estados Unidos desencadearam, sob o comando do capital da indústria do copyright, e contra o livre compartilhamento e expressão na Internet.
No processo, a acusação denuncia que a empresa responsável pelo Megaupload causou mais de US$ 500 milhões em danos devido à pirataria de filmes. As empresas detentoras dos direitos autorais e que fizeram a denúncia não foram citadas.
A resposta dos militantes virtuais contra as prisões foi imediata. Em uma ação instantânea, o coletivo Anonymous, realizou ataques de negação a vários sites do governo dos EUA e da indústria do entretenimento. Ficaram fora do ar em períodos distintos por ação dos ativistas, sites como do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, do FBI, Copyright Office, Warner Music, Universal Music e da Associação da Indústria Fonográfica dos Estados Unidos.
Ditadura mundial
Para o professor brasileiro Idelber Avelar, da Universidade de Tulane em Nova Orleans, o caso da prisão dos donos da Megaupload “é singular porque ele não envolve absolutamente nenhum cidadão dos EUA ou hospedagem de site nos EUA. Mesmo assim, o FBI foi capaz de realizar as prisões em território estrangeiro e impor o fechamento do site”.
Idelber, em artigo na Revista Fórum, comentou que “o indiciamento é ainda mais surpreendente porque o MegaUpload tinha uma política de retirar imediatamente o conteúdo sempre que notificado pelos detentores do copyright”. Avelar alertou que “acostumados, que talvez já estejamos, à escalada do horror do poder policial dos estados, vale lembrar o ineditismo da ação do FBI ontem”
Guerra virtual
A ação policial na Nova Zelândia acontece dois dias após as manifestações que tiraram do ar milhares de sites em protesto contra Sopa e Pipa, as duas propostas de lei que tramitam no Congresso americano destinadas a impedir o que consideram ser “pirataria virtual”, ou seja, o compartilhamento de arquivos na internet, sejam imagens, músicas, filmes, programas, etc.
O protesto virtual teve a participação de milhões de internautas em todo o mundo e contou com a adesão de gigantes da internet, como a Wikipédia, Google, Mozilla, Amazon, Wordpress e outros dez mil sites americanos. A ação dos internautas teve grande efeito na política interna americana.
Segundo a agência Reuters, alguns legisladores no Senado desistiram dos projetos. Entre eles estão os republicanos Roy Blunt, Grassley Chuck, Orrin Hatch, John Boozman e Marco Rubio. Alguns deles culparam o líder da maioria no Senado, Harry Reid, por apressar a aprovação do projeto.
Ação do Copyright no Brasil
Vale lembrar que o Sopa deles é similar (e vice-versa) ao projeto do ex-senador, e agora deputado federal, Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Também a serviço da indústria do copyright, o projeto brasileiro de censura na internet e criminalização dos internautas ficou conhecido como o AI-5 Digital.
Depois de anos sob a mais completa liberdade, a rede mundial cibernética sofre nos últimos anos uma grande ofensiva do capital da indústria do copyright. A ação não se restringe aos lobistas que atuam para aprovar leis como consta nos projetos dos parlamentos brasileiro e norte-americano.
No Brasil, não ficou restrita ao legislativo. No início do governo Dilma, uma mudança de 180 graus foi feita na política do setor autoral. Foi substituído Juca Ferreira, ministro da Cultura herdeiro da política de livre expressão de Gilberto Gil, e entrou a domesticada Ana de Hollanda.
Nesse período, a ação do copyright é dirigida pelo advogado do ECAD, Hildebrando Pontes, um dos maiores defensores da indústria do copyright no país. Pontes foi nomeado (por Ana de Holanda???) justamente para chefiar o setor de direito autoral do Ministério da Cultura. A raposa cuidando do galinheiro.
Grandes estrelas da musica norte americana anteriormente eram contra o site megaupload, hoje estão totalmente a favor, inclusive fizeram um vídeo de apoio que foi postado no portal, porém o vídeo foi banido dos sites pelas grandes gravadoras, veja o vídeo abaixo com as estrelas da musica internacional, Entre eles estão Alicia Keys, will I Am ( Black Eyed Peas), a socialite Kim Kardashian e Kanye West.
Megaupload fora do ar, site do FBI atacado e Obama convidando brasileiros aos EUA o que isso tudo tem a ver?
Coincidentemente no mesmo dia em que o maior site de compartilhamento de arquivos do mundo saiu do ar, o presidente americano Barack Obama anunciou que ficará mais fácil para os Brasileiros e Chineses entrarem na terrinha do Tio Sam. Um dos pontos principais na hora de tirar o visto serão a agilidade na resposta, que deverá ser em no máximo três semanas e não será mais necessário fazer a entrevista o que reprovava a maioria dos negados ao visto.
Eu achei muito estranho e acredito que tenha uma conexão por trás disso tudo, Obama não dá ponto sem nó, se ele tirou o Megaupload onde a grande maioria dos downloas eram de brasileiros, logo depois ele dá uma colher de chá dizendo que nós somos bem-vindos ao país. Uma coisa não abafou a outra, tanto que a maioria das pessoas nem prestaram atenção no noticiário de hoje, todos estavam na internet preocupados em como vão acompanhar suas séries e filmes favoritos. A TV não mostrou o início desta guerra e deixou vários perdidos sedentos de informação. Uma cortesia da grandiosa Globo como sempre.
A crise ecômica do Estados Unidos foi um dos pontos do mandado de Obama que o fez cair um pouco na popularidade do seu país, então o que ele pensou: O brasileiro quando vem pra cá, compra mais do que nós mesmos, vamos facilitar a sua entrada e estará resolvido nosso problema econômico. Isso é uma notícia ótima, pra quem tem dinheiro pra viajar e péssima pra quem tinha acesso a tudo que o americano produz de graça sentadinho no sofá da sala.
Em sumo, o presidente Obama desde eleito para mim foi motivo de exemplo para o nosso país, um presidente democrata e boa praça, mas que agora parece querer nós enrolar. Tomamos o seu doce, mas lhe oferecemos um sorvete, não é bem por ai que a banda toca. Ele foi eleito pela internet e pretende se reeleger, será que a melhor saída seria aprovar a lei SOPA?
Reflitam, enquanto vocês pensam que só por que isso se passa no Estados Unidos não pode lhe afetar, Obama te cutuca por trás no Facebook real.
* Lei SOPA = “O Stop Online Piracy Act (em tradução livre, Lei de Combate à Pirataria Online), abreviado como SOPA, é um projeto de lei da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos de autoria do representante Lamar Smith e de um grupo bipartidário com doze participantes. O projeto de lei amplia os meios legais para que detentores de direitos de autor possam combater o tráfico online de propriedade protegida e de artigos falsificados.”
** Anonymous é um fenômeno social que teve início no fórum 4chan em meados de 2004 e que tem se focado em atacar aqueles que coíbem a liberdade. Não tem líderes e sua organização é completamente descentralizada, tendo em conta o número de blogs, chats e redes sociais.
Fonte: site vermelho.rog.br, site jornalespalhafato.com e vídeo extraído do youtube.